DESTAQUES DA AURORA

A Arqueologia Comprova a Bíblia

Parte I

Como É Que Gênesis Foi Escrito

A BÍBLIA é o livro do Cristianismo. Cristo aceitou as escrituras do Antigo Testamento como a palavra de Deus. Ele foi guiado durante o seu ministério pelas suas instruções e confortado pelas suas promessas. Os apóstolos de Jesus partilhavam da mesma e completa confiança e verdade do Antigo Testamento. Em adição aos ensinos e seu exemplo, tal como Jesus eles baseavam o seu ensino nas escrituras do Antigo Testamento.

Para os cristãos o Novo Testamento é na realidade um suplemento explicativo do Antigo Testamento, assim as escrituras completas, Antigo e Novo Testamento juntos, são uma infalível revelação dos planos e propósitos do Criador com respeito aos seres humanos.

Este entendimento e aceitação da Bíblia como palavra de Deus são geralmente aceitos pela maioria dos professos cristãos até o século IX, quando em algumas mentes começaram as discussões e dúvidas levantadas pelos críticos sobre a teoria da evolução do homem.

Para os altos críticos a maior parte dos registros do Antigo Testamento não tem base em fatos, dizem ser meros mitos ou fábulas. De acordo com a teoria da evolução humana Deus não criou Adão e Eva, e nunca existiu um Jardim do Éden, em vez disso, os homens disseram que evoluíram de formas de vida de outros animais.

Estes ataques frontais dos críticos e evolucionistas tentaram levantar dúvidas acerca das Escrituras Sagradas. Porém, nas mentes de pessoas honestas e pensadoras estas tentativas falhas de tentarem invalidar a veracidade da Bíblia têm vindo a ser gradualmente revertidas. A arqueologia tem vindo comprovar o contrário. Os arqueólogos começaram o seu trabalho de exploração dos lugares bíblicos no meio do século dezenove, alguns começaram mais cedo. Alguns dos pioneiros envolvidos nas escavações de ruínas de cidades bíblicas mencionadas na bíblia foram: J.E. Taylor, Paul Botta, A.H. Layard e Henry Rawlinson.

Estes trabalhos continuaram com variações no entusiasmo até á Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra foi enfraquecendo, mais ainda durante a Segunda Guerra Mundial. Os arqueólogos continuaram a encontrar provas de que a Bíblia é veraz, uma após outra sobre os relatos do Antigo Testamento. Por exemplo a Bíblia fala de Abraão como vivendo numa cidade de nome Ur. Foi dito pelos duvidosos que tal cidade nunca existiu, mas os arqueólogos provaram que essa conclusão estava errada, porque eles descobriram a antiga cidade de Ur, e no local indicado pela Bíblia. A cidade de Niníve também foi descoberta, aquela que se arrependeu depois das mensagens do Senhor Jeová transmitidas pelo profeta Jonas.

A Arte de Escrever

Uma das afirmações feitas pelos altos críticos foi a de que Moisés não poderia ter escrito os primeiros cinco livros da Bíblia, porque a arte de escrever ainda não era conhecida durante a época em que a Bíblia indica que Moisés viveu. Atualmente sabem que esse tipo de escrita era usado nos dias de Moisés. Citamos o “New Discoveries in Babilonia”: “quase mil anos antes nasceu Abraão e um milênio e meio antes nasceu Moisés, Lugalzaggisi, King of Erech, começou suas as inscrições com palavras pouco diferentes das usadas pelo último rei de Babilônia, 2.200 anos antes.” —pg. 38

Cresse que provavelmente as primeiras inscrições eram basicamente desenhos, que os antigos faziam em pedra ou argila.

Os desenhos são ainda hoje usados como sinalética nas estradas por toda a Europa. O verbo hebraico para “escrever” é cortar ou escavar. Os antigos gravavam as suas mensagens maioritariamente em tábuas de argila que posteriormente secavam ao sol para que ficassem duráveis.

A escrita corrente cuneiforme era usada nas eras primárias. De acordo com os relatos dos arqueólogos milhares de tábuas escritas foram encontradas antes da Era Patriarcal. Mais de um quarto de milhar de tábuas cuneiformes foram distribuídas pelos vários museus no mundo inteiro.

Estas técnicas de escrita não eram usadas apenas para comunicação familiar ou registro de negócios, mas também para enviar mensagens de vários assuntos a familiares distantes e amigos. Por exemplo foi encontrada uma carta de uma esposa para o seu marido informando-o de que os filhos estavam bem, e pedindo conselhos de assuntos triviais. Foi também descoberta uma carta de um filho para o seu pai informando-o de que alguém o tinha ofendido seriamente, ele estava a pensar em dar-lhe uma surra, mas primeiro pede-lhe o seu conselho. Tudo isso indica que não só esta forma de escrita era bastante usada como o sistema de distribuição de correio estava bem organizado e desenvolvido. “O material de escrita era barato, mas pesado para transportar, assim se justifica o desuso de registro de itens de pequenos negócios pelos Babilônios, Assírios e Sumérios.” Ancient Records of Assyria and Babylonia, Luckenbill, pg. 4.

Selar

No livro de Jó escrito por ele, tal como alguns estudiosos acreditam, encontramos o uso do selo na era patriarcal: “ela se transforma como o barro debaixo dum selo,” (Jó 38:14, Revised Standard Version) Judá levava consigo um selo, e José deu um anel de sinete a Faraó. (Gên. 91:42) “Sobre Ur dos Caldeus Sir Leonard Woolley descobriu selos pertencentes a um Homem que viveu antes do Dilúvio. O uso destes selos de impressão eram o equivalente á moderna assinatura. Quando os selos eram impressos em cima da tábua de argila por um escriba, possivelmente ele escreveu também o nome do dono das tábuas. Tenho na minha posse escritos selados há mais de 4,000 anos atrás.” New Discoveries in Babylonia, p. 42

Podemos crer que a evidência arqueológica sobre a arte de escrever está nos escritos que relatam a criação. No desenvolvimento da arte de escrever os relatos feitos pelos antigos foram preservados em tábuas de argila. Há boa evidência de que o livro de gênesis também tenha sido escrito primeiro em tábuas de argila só depois em papiros. Temos também o caso dos dez mandamentos dados a Moisés em tábuas de pedra, em Babilónia também se faziam registros em tábuas de ambos os lados. Êxodo 32:15.

Evidência Interna

Ao passo que muitas tábuas de argila escritas no tempo pré-diluviano foram descobertas, até agora os arqueólogos não descobriram as tábuas com os escritos do livro de Gênesis ou parte deles. Porém, há estudos que chamam a nossa atenção para uma forte evidência interna de que Gênesis foi escrito em seções em tábuas de argila, essas tábuas foram mantidas juntas e confiadas a Moisés que as usou para compor o livro de Gênesis, sem que estas tivessem o seu conhecimento pessoal.

Esta evidência interna é encontrada principalmente na expressão, “estas são as gerações de…” muitos crêem que esta é a introdução a uma nova seção do livro. No entanto, baseando-nos no estilo e personagens registradas sobre outros assuntos em tábuas no período anterior, muitos estudos concluíram que a expressão, “estas são as gerações de…” indicam o fim de uma seção.

A palavra hebraica traduzida por “gerações” nesta expressão é “toledoth”. O crítico secular Hebreu Gesenius, explicou esta palavra significando história, história especial de família, desde tempos remotos nações do Oriente desenham registros genealógicos de famílias” o professor Strong dá o significado “historial” como figurativo para o significado de Toledoth.

Esta palavra-chave aparece primeiro em Gênesis 2:4. Onde podemos ler: “Estas são as gerações do céu e da terra quando foram criados, no dia em que Deus Jeová os criou.” Certamente esta é uma referência ao registro anterior da criação, antes nada o precede. No capitulo I a expressão “E Deus disse,” aparece frequentemente. O escritor deste capítulo confirma que não teve conhecimento visual do que ele está a relatar, mas recebeu a informação diretamente do Criador.

Em Gênesis 5:1 lemos, “Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.” Aqui novamente aparece a referência do conteúdo do capítulo II até ao IV, porque os capítulos não dizem respeito a Adão exceto que ele viveu 930 anos e teve filhos e filhas. Adão tinha conhecimento pessoal destes capítulos II a IV, a partir daí a expressão “E Deus disse”, não aparece mais. Claramente estes capítulos de Gênesis foram escritos por Adão ou por alguém capaz e dados a Adão.

Em Gênesis 6:9 lemos; “Estas são as gerações de Noé. Noé foi um homem justo e perfeito nas suas gerações: Noé andou com Deus”. Este abrange o relato dos capítulos 5:1b a 6:9a. Neste período viveram Sete e Metusalém por 355 anos. Obviamente, esta seção de Gênesis é atribuída a Noé, contém informação que lhe era familiar e vívida na primeira pessoa.

Os outros nomes ligados que sucedem as partes de Gênesis são “os filhos de Noé” “Sete”, “Tera” “Ismael”, “Isaque”, “Esaú”, e “Jacó”. O relato seguinte da seção de Gênesis com o nome de Jacó está ligado particularmente com a história de José, as circunstâncias que o levaram ao Egito, e o seu crescimento e favor aos olhos de Faraó. Esta associado com a realeza do Egito onde foi criado e educado, é relatado sem dúvida por José, foi lhe dado poder como administrador dos alimentos num tempo crítico, nessa época deve ter feito registros em papiros.

Existe uma lacuna no registro dos Hebreus após a morte de Jacó. Afinal, eles tornaram-se escravos no Egito, e quem estaria interessado em escrever sobre eles?

Finalmente Moisés aparece em cena, e começa a ser ensinado em toda a sabedoria dos Egípcios. Não é difícil de acreditar que Jacó levou todas as tábuas escritas com ele para o Egito contendo os relatos da criação, os dedicados Hebreus carregaram-nas e guardaram-nas como um tesouro, depois passaram para as mãos de Moisés, foram usadas para compilar os primeiros trinta e seis capítulos de Gênesis.

Outra Prova

Outra prova adicional de que os primeiros trinta e seis capítulos de Gênesis foram originalmente escritos em tábuas de argila e posteriormente usados por Moisés e compilados no livro, é visto na explanação editorial feita por ele.

Note isso em Gênesis, capitulo 14: “Bela, a qual é Zoar,” vs. 2 e 8; Vale de Sidim, que é no mar salgado” vs. 3; En-Mispate, isto é Cades; vs. 7; Hóba que fica ao norte de Damasco,” vs.15; “Vale de Savé, que é o Vale do Rei”, vs.17.

Em Gênesis 23:2 podemos ler, “Morrendo Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã…” Este relato revela que foi escrito originalmente numa data muito cedo, certamente antes de os Israelitas entrarem na Terra Prometida depois do Êxodo. Os Israelitas deviam conhecer muito bem depois de serem capturados nos dias de Josué. Foi feito um reconhecimento por Calebe, e debaixo da lei foi feita uma Cidade Refúgio.

De fato Moisés achou fundamental dar nomes correntes aos locais, e, no caso de Hébron, explicar onde se localizava, é forte evidência de que ele copiou os registros escritos que lhe foram confiados. Isto indica também que ao compilar o registro por inteiro, foi fiel ao texto original, dando apenas informação adicional que achou necessária para maior compreensão.

Antes de terminarmos este aspecto do nosso assunto, nós desejámos apenas observar o estudo diligente e metódico de escrita em tábuas de argila, daí a expressão “estas são as gerações de…” que aparece primeiro no capítulo 36 de Gênesis provê clara evidência de que a arte de escrever era conhecida e usada, pelo menos para guardar registros, ainda antes do Dilúvio.

É de notar que os registros pertencentes á era pré Diluviana são mais curtos do que os da era pós Diluviana. Isto parece indicar, e não é de surpreender, que a arte de escrever não estava tão bem desenvolvida como em tempos posteriores. De qualquer forma, alegramo-nos de que os arqueólogos tenham fornecido provas adicionais que evidenciam a veracidade do capítulo trinta e seis de Gênesis.

(A segunda parte do artigo A Arqueologia Comprova a Bíblia se seguirá no próximo número de janeiro-fevereiro de 2012 desta revista)



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora