DESTAQUES DA AURORA

A Arqueologia Comprova a Bíblia

Parte III

As Testemunhas da Terra Prometida

Enquanto andava na Mesopotâmia o Senhor Jeová disse a Abrão, cujo nome foi mais tarde mudado para Abraão, “Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.” (Gênesis 12:1) A Terra Prometida era Canaã, que ficou conhecida como Palestina, e hoje é chamada de Israel, mas o Israel de hoje não abrange toda a área da Terra Prometida. Enquanto Abrão andava na Terra de Canaã em obediência a Deus ele não tomou posse real da terra. —Atos 7:1-5.

No entanto, o Senhor havia dito aos descendentes de Abrão, que depois de serem estrangeiros na terra onde serviam como escravos, seriam liberados da escravidão e seriam levados à Terra Prometida. (Gênesis 15:13,14) A Terra onde os hebreus foram escravos foi no Egito. Foi sob a liderança de Moisés que saíram e só depois de 40 anos de peregrinação no deserto é que entraram em Canaã liderados por Josué.

Moisés liderou os hebreus durante 40 anos no deserto, mas não os conduziu para além do Jordão até a Terra Prometida. Porém, pouco antes da sua morte Moisés reafirmou a promessa aos hebreus, ele disse: “Porque Jeová, teu Deus, te está introduzindo numa boa terra, numa terra de torrentes de água, de fontes e de abismos, que se arrebentam nos vales e nos outeiros; numa terra de trigo, de cevada, de vides, de figueiras e de romeiras; numa terra de azeite de oliveiras e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e onde não te faltará coisa alguma; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes poderás cavar o cobre.” —Deuteronômio 8:7-9, TB

Certamente a Terra Prometida era uma “boa terra”. O nosso ponto de interesse neste momento é sobre as boas coisas que os hebreus encontrariam na terra como o cobre e outras. “De cujos montes poderás cavar o cobre”—esta afirmação continuou a ser um mistério para os cientistas e muitos estudantes da Bíblia. A crença geral era de que não existia cobre em qualquer lugar nesta terra que Deus deu aos filhos de Israel.

Agora, porém, temos diferente conhecimento. Em 1937, Nelson Glueck, membro da American School of Oriental Research (Escola Americana de Pesquisa Oriental), encarregado de um grupo de geólogos historiadores, arquitetos, escavadores e fotógrafos, viajaram até ao monte conhecido por Tell el-Kheleifeh, que se localiza em três países: África, Arábia e Palestina —Síria. A primeira etapa das escavações tem tido bons resultados. Eles encontraram tigelas feitas de cobre. Estavam dentro de paredes. Encontraram também materiais identificados como cobre.

Esta expedição não teve tempo suficiente para continuar até Tell el-Kheleifeh. Porém, resumindo o trabalho, completou-se em três etapas terminando em 1940. As descobertas mostraram que existiu no tempo do rei Salomão de Israel uma próspera mina de cobre, e na opinião de Glueck, Salomão foi o maior exportador de cobre dos tempos antigos.

Foi descoberto que Tell el-Kheleifeh era Eziom-Geber, o qual é Elote, no Mar vermelho. Mencionado em 1 Reis 9:26, “O rei Salomão fez uma frota de barcos em Eziom-Geber.” Antigamente foi um porto marítimo muito industrializado. O cobre era o principal. Ali descobriram que as técnicas usadas nesta indústria há séculos atrás eram conhecidas posteriormente como o sistema “Bessemer”.*

*Sir Henry Bessemer foi um engenheiro metalurgista e inventor do Reino Unido. Foi o criador do processo de Bessemer para a fabricação de aço, que patenteou em 1856. Henry Bessemer desenvolveu um processo de fundição de ferro beneficiado, que produziu grande quantidade de lingotes de qualidade superior. O aço moderno é feito utilizando a tecnologia baseada no processo Bessemer.

Era do porto de Eziom-Geber que Salomão enviava os navios para todas as partes do mundo conhecidas de então. Era um centro de comércio de onde saiam da Terra Prometida. No retorno os navios de Salomão traziam ouro, e outros materiais, os israelitas não eram marinheiros. Eles não sabiam nada sobre a construção de navios. Mas Salomão trazia de fora as pessoas com as habilidades necessárias. A Bíblia disse, “O rei Hirão mandou alguns marinheiros competentes da sua frota de navios para navegarem junto com os homens de Salomão. Eles foram até á terra de Ofir e trouxeram para Salomão mais de catorze mil quilos de ouro.” —1 Reis 9:27,28

Declarou-se referente a Salomão e a sua riqueza, lemos “Porque o rei tinha no mar uma frota de Társis, com a de Hirão; de três em três anos a frota de Társis voltava, trazendo ouro e prata, marfim, bugios e pavões. Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria.” (1 Reis 10:22,23) Está provado que o relato feito no Velho Testamento sobre sua sabedoria e riqueza não são exageradas. O cobre existe em abundância na Terra Prometida. Mais uma vez a nossa fé é baseada em fatos históricos fundamentados e não em contos de fadas ou lendas.

O Testemunho do Professor Yadin

O professor Yigael Yadin, da Universidade de Jerusalém, recentemente trouxe mais provas sobre os registros de Salomão em outras áreas. Na primavera de 1968 os produtores da série de televisão “Respostas da Bíblia” entrevistaram o professor Yadin, em nome da Associação dos Estudantes da Bíblia A Aurora, e foram dadas algumas informações muito importantes. Em 1 Reis 9:15 lemos, “O rei Salomão usou trabalhadores para edificar a casa do Senhor e a sua própria casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também Hazor, e Megido, e Gezer.”

Perguntaram ao Prof. Yadin se ele pessoalmente acreditava nas descobertas arqueológicas e se estas confirmavam os registros bíblicos. Ele confirmou, e deu-nos o exemplo das três cidades, Hazor, Gezer e Megido. Ele afirmou:

“Eu posso dizer que isto é definitivo. As porções de história providas na Bíblia são confirmadas pelos arqueólogos e são verdade. Eu iria um passo adiante e dizer que o diário bíblico ajuda até mesmo os arqueólogos a encontrarem o caminho e o motivo. A Bíblia diz-nos por exemplo que o rei Salomão construiu três cidades estratégicas. Uma é Megido, outra Gezer, perto de Jerusalém. Quando escavamos Hazor, a terceira e fomos para a cidade número dez no topo, reconhecemos que podia ser a cidade salomônica descrita na Bíblia se o relato fosse correto.”

“Nós encontramos uma porta de cidade estranha” com seis câmaras e uma parede dupla. O mesmo tipo de porta foi encontrado em Megido por um arqueólogo americano. Depois descobri a terceira cidade, Gezer, e de novo uma porta idêntica. Se não fosse pela identificação que a Bíblia faz das cidades construídas por Salomão, nós não as poderíamos ter identificado. Estas descobertas provam que a passagem da Bíblia está correta. Este é apenas um exemplo. Onde quer que vamos por terras bíblicas, somos iluminados pela Bíblia e as descobertas, digo, estão iluminando a Bíblia.”

Perguntou-se ao Prof. Yadin que explicasse sobre os achados em Hazor, Megido e Gezer, as cidades que a Bíblia diz terem sido construídas ou reconstruídas por Salomão. Citamos de novo:

“Hazor é uma cidade bíblica muito interessante é citada, varias vezes. É citada pela primeira vez no capítulo 2 do livro de Josué. O rei de Hazor era o chefe de liga de Canaã que lutou contra Josué. A Bíblia diz que Josué matou o rei de Hazor, e queimou a cidade com fogo. Voltamos a ler sobre Hazor quando nos conta que Salomão reconstruiu a cidade, junto com Megido e Gezer. Então temos aqui a história. Josué destruiu Hazor, Salomão reconstruiu.”

“Porém, a história de Hazor remonta muito antes de Josué. Ao encontrarmos solo virgem encontramos ruínas de vinte e duas cidades, umas por cima das outras. A primeira cidade foi construída, cerca do século XXVII a.C. Deixem dizer que a cidade que Josué destruiu foi a número treze contando do topo. E a que Salomão reconstruiu foi a número dez do topo. Mais tarde Hazor foi destruída por Tegpalatzer, essa foi a décima quinta desde o topo. Este é um sítio enorme abrangendo 170 acres. Trabalhamos durante quatro anos, e apenas andamos na superfície, comparando com o que gostaríamos de ter conseguido.”

“Descobrimos que Megido como é agora, foi reconstruída por Salomão. Este sítio foi escavado pelo Instituto American Archeologist (Arqueólogo Americano) de Chicago. Eles descobriram também vinte e duas cidades umas em cima das outras. Mas quando descobriram a verdadeira cidade de Salomão em Hazor, soubemos como eram as cidades, suspeitei que as cidades que teríamos descoberto anteriormente não eram a principal. Eles encontraram belos e grandiosos aposentos, aos quais chamaram aposentos de Salomão. Suspeitei que estivessem enganados em alguma coisa. A informação bíblica diz que Salomão reconstruiu Hazor assim como Megido, eu considerei que estas duas cidades eram a mesma ou iguais, porque foram construídas pelos mesmos arquitetos.”

“Eu voltei ao Megido em 1960, voltei de novo por duas vezes no ano passado, e descobrimos a verdadeira cidade de Salomão, que é exatamente igual a Hazor, fiquei feliz por não destruírem um ponto de atração turística, com a ajuda da Bíblia identifiquei Megido, “A Cidade Estável”, que também é importante, foi construída por outro rei famoso—ou infame—o marido da rainha Jezabel o rei Acabe.”

O Testemunho Geral

O professor Yadin confirmou-nos que os achados arqueológicos concordam com a descrição histórica feita na Bíblia e a maior parte dos arqueólogos também concordam. Uma grande porção dos relatos do Velho Testamento diz respeito á terra de Canaã, a terra prometida aos israelitas. Foi sob a liderança de Josué que os israelitas entraram pela primeira vez como povo. O ponto de entrada foi Jericó.

A história da queda dos muros de Jericó era considerada como um conto de fadas. Josué foi instruído por Deus para enviar os sacerdotes em marcha á volta de Jericó durante seis dias. No sétimo dia devia dar sete voltas compassadas á cidade e tocavam as suas trombetas. “No sétimo dia levantaram-se bem de madrugada, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam-na sete vezes. E quando os sacerdotes pela sétima vez tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade. Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade: A cidade, porém, e tudo quanto havia nela queimaram a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, colocaram-nos no tesouro da casa do Senhor.” —Josué 6:15,16,20,24

O professor John Garstang liderou uma expedição que descobriu a antiga cidade de Jericó. Das suas descobertas concluíram que Jericó é provavelmente a mais antiga cidade do mundo. Dá-nos a idade é aproximadamente 7000 anos atrás. Os muros de Jericó são um ponto de importância para estudantes da Bíblia, a questão natural é se era uma cidade fortificada ou não, e se os arqueólogos tinham provas evidentes de que as muralhas terem caído repentinamente, permitindo a entrada dos israelitas na cidade.

A resposta a estas questões é sim. Para as muralhas de Jericó, havia um anel exterior e um interior com espaço entre eles. Nas descobertas os arqueólogos concluíram que as pedras do anel interno caíram sobre o anel externo derrubando-o assim como as casas mais próximas. Garstang concluiu que se deveu a um terremoto. Encontrou também cinzas indicando que a cidade tinha sido queimada como descrito na Bíblia

Muitas cidades mencionadas no livro de Josué relatam as suas conquistas, foram descobertas pelos arqueólogos, entre elas, Debir. “Então Josué, e todo o Israel com ele, voltou a Debir, pelejou contra ela.” —Josué 10:38

Em Josué podemos ler: “Jeová entregou a Laquis nas mãos de Israel, que a tomou no segundo dia, e a feriu a fio de espada juntamente com todos os que nela estavam, conforme tudo o que fizera a Libna.” (Josué 10:32 TB) Os arqueólogos encontraram e definitivamente identificaram as ruínas de Laquis. Josué foi enterrado em “Timnate-Sera, que está na região montanhosa de Efraim, para o norte do monte Gaás.” (Josué 24:30) Esta cidade foi localizada e identificada.

Depois se segue o período dos juízes. Dois destes juízes eram Débora e Gideão. As batalhas travadas por eles foram confirmadas. Também foi trazido á luz que os midianitas usavam camelos para viajar. Até esta época os camelos eram conhecidos como animais selvagens e deve ter sido assustador para os israelitas verem os midianitas controlarem estes animais.

É sabido agora que os “dez camelos” que o servo de Abraão conduziu até á Mesopotâmia quando procurava uma noiva para Isaque eram na realidade jumentos.

Ao período dos juízes segue-se o período dos reis. Saul foi o primeiro. As vitórias de Saul foram confirmadas e muito se soube da vida do rei Davi pelos arqueólogos. A queda das dez tribos de Israel e das duas tribos de Judá foi confirmada assim como o exílio deste povo na Assíria e Babilônia. E ainda não é o fim. Perguntamos ao Prof. Yadin se ele achava que tinha terminado os achados arqueológicos em Israel. A isto ele responde:

“Devo dizer que estamos muito longe disso. Só para dar um exemplo, no sítio onde escavamos no sul da Galiléia, fizemo-lo por quatro anos com duzentas pessoas por época. Quando dei por terminada a escavação reconheci que temos pelo menos mais trezentos anos de história para descobrir só neste sítio. Aqui temos um acumular de culturas de milhares de anos com três dimensões. Em cada sítio nós temos entre vinte e vinte e duas cidades umas em cima de outras, assim diria que estes arqueólogos deveriam continuar a trabalhar aqui pelo menos alguns milhares de anos.”

Idolatria Religiosa

Muito se disse no Velho Testamento sobre a corrupta idolatria religiosa dos líderes que prevaleciam em Canaã quando os israelitas entraram na Terra e triunfaram. Novamente os israelitas caíram vítimas destes deuses falsos.

Essas religiões falsas foram descritas por Deus como “idolatria horrível”. O Rei Manassés reinou durante cinqüenta e cinco anos e Israel esteve quase sempre sob a influência desses ídolos religiosos. —2 Reis 2:1,2

E não tinham apenas diferentes divindades. Eles tinham aspecto sensual e eram usados como “santa idolatria”. A perversidade das pessoas associadas a esses rituais era indescritível e difícil de acreditar. Quando esses rituais foram descritos na Bíblia, os detalhes revoltantes não eram tão claros como os obtidos pelos arqueólogos. As descobertas dos arqueólogos de fato confirmam os relatos bíblicos como prova adicional das Escrituras Sagradas.

“Eles construíram altares para a deusa da prostituição Aserá e espalharam postes sagrados por todos os lugares, montes e debaixo das árvores, nos quais pudessem ser erguidos.” (1 Reis 14:23 A Mensagem) Através do trabalho dos arqueólogos aprendemos muito sobre o que se passava nesses templos religiosos. Essas descobertas indicam que os rituais a esses deuses e deidades eram estonteantes, grosseiras e sensuais. Era uma tentação para os israelitas e podemos entender melhor como Baal e outros deuses ganharam apoio em tantas ocasiões. Mesmo neste assunto as descobertas tornam a Bíblia mais entendível e reveladora.

A Biblioteca em Nínive

Por volta do meio do século 19 a cidade antiga de Nínive foi descoberta pelo arqueólogo britânico Henry Layard. Nínive (a Calah de Gênesis) foi fundada por Ninrode. Descobrir as ruínas desta cidade já foi por si só significante, mas, o mais importante foi o fato de que no palácio de Assurbanipal o qual foi descoberto e tinha a mais importante biblioteca pertencente a este monarca. Esta foi a biblioteca mais famosa no inteiro Oriente. Desta biblioteca foram recuperadas 22.000 tábuas de escrita cuneiforme e mais tarde encontraram o seu caminho para o Museu Britânico.

Foi por volta do mesmo tempo que foi descoberto o castelo de Sargão e nas ruínas encontraram-se muitos registros de valor pertencentes á conquista da Assíria das dez tribos de Israel. As tábuas na antiga biblioteca em Nínive, junto com as descobertas do castelo de Sargão, escavadas por M. Botta, ajudaram muitos arqueólogos e sem dúvida marcaram o nascimento de uma nova ciência —Assiriologia. Nínive foi a antiga capital da Assíria.

As tábuas encontradas pelos arqueólogos ajudaram a compreender melhor o que de outra forma só se sabia pelas narrativas bíblicas. Como está registrado sobre a Mesopotâmia e mais tarde Canaã, a Terra Prometida, são de fato relatos históricos verídicos. Em 2 Reis 17:24 lemos: “Depois o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samária em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram Samária em herança, e habitaram nas suas cidades.” Estes vieram a ser referidos como os “novos samaritanos”.

A Bíblia relata sobre esta erradicação das dez tribos de Samaria, e a substituição dos estrangeiros nessa terra, é abundantemente confirmada pelas tábuas encontradas nas ruínas do Castelo de Sargão, e na grande biblioteca de Nínive. O reino das dez tribos de Israel tornou-se as “tribos perdidas” de Israel e tem sido assimilada através das gerações pelas pessoas na terra do cativeiro.

Assim quando lemos na Bíblia que Ninrode constrói uma cidade ou sobre Jonas ir para Nínive, ou sobre a conquista da Assíria pelo reino das dez tribos de Israel, não estamos lendo contos de fadas, mas relatos históricos confirmados—registros de como as pessoas escolhidas por Jeová se tornaram parte da história. Como isto deve fortalecer a nossa fé na Bíblia, e tornar-nos mais determinados a servir com fé o Deus da Bíblia—o grande Jeová de Israel, o nosso Pai Celestial!



Associação dos Estudantes da Bíblia Aurora